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quarta-feira, 8 de junho de 2011




LIÇÃO.
 
Dydha Lyra

Atmosfera de éter,
um quarto em penumbra.
Imagens fantasmagóricas se esboçam,
na mente e na parede;
e ofegantes, irônicas,
por um instante, riem de mim...

E se fantasiam de glicemia, febre,
pressão arterial, arritmia...
invandindo-me os minutos, horas e dias,
como se não me bastasse viver,
ou sonhar com o amanhã...

Levanto-me e espio pelas frestas da janela:
à luz dos meus olhos
uma árvore velha, moribunda,
que como eu, também, insiste em viver.

Seus galhos, semissecos, semivivos,
me ensinam uma grande lição:
dobram-se, quando uma ave pesada pousa
e descansa, aleatoriamente, sobre si,
alçando voo, logo ao alvorecer ...

E o galhinho fraco,
(que não se deixou abater),
volta à sua postura natural.

Entendi, afinal,
que essa dor,
que ora me invade e maltrata,
também logo passará,
tal o passarinho que voou...

E a vida,
qual galho débil,
renovar-se-á,
trazendo-me, com a esperança,
a certeza de novos amanhãs!

Copyright © 2010 by Dydha Lyra
All rights reserved.
A DÚVIDA
Dydha Lyra



Não saberei te amar...
Se não me olhares densamente nos olhos
e não me sentir docemente invadido...
Se me deres as mãos,
e não sentir n'alma calor,
nem transpirar vida...
Se ao falares,
não ouvir a doce canção de amor ou de dor,
de voltas e despedidas,
e se meu coração
não descompassar docemente ,
assim , suas batidas ...
.
Não saberei te amar...
Se ao te beijar,
não me eriçarem os pelos de todo o corpo,
não sentir por dentro
um desejo ardente, um alvoroço,
que me deixa vívido,
libidinosamente mais moço...
.

Não saberei te amar...
Sem me sentir nos domínios
e condomínios indivisos da paixão,
pois o amor, de tão exato,
não me dá a dimensão,
nem a certeza,
de posse
e senhorio
de teu coração...!!!

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