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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

VINHO & VIDA II




Vinho & Vida II


Meu vinho,
em ti bebo o instante,
saboreando lembranças,
selecionadas e colhidas
no pomar de ontem,
vicejando, exuberantemente,
(na geografia acidentada do querer).
O desejo
sorvo-o nos lábios rubros da quimera,
pura sedução, incitamento,
plenitude fulgente.
Nossos olhares não mais se cruzam,
nossas mãos não mais se tocam...
(e nem se procuram),
na mansidão solene de nosso quarto.
Como aves de arribação,
vivemos o melhor tempo
(que durou uma ilusão)!
Não mais que de repente,
em nós se fez outono.
Silentemente, levantamos voo
para o céu que construímos,
(na inconsciência dos anos),
na introspecção do exílio
da solidão a dois.
E tu, meu vinho,
como um velho sábio,
ensinas-me
com teu silêncio amadurecido,
a erguer um brinde à vida,
quando em nós se fizer adeus.

Copyright© primavera 2011 by Dydha Lyra
All rights reserved.

2 comentários:

  1. "E tu, meu vinho,/ como um velho sábio,/
    ensinas-me / com teu silêncio amadurecido,/
    a erguer um brinde à vida,/
    quando em nós se fizer adeus."
    ____
    Belas palavras, belo poema...
    Bendito seja o teu vinho !
    _____
    Um abraço, em nome da chuva que banha a noite pernambucana.

    Daslan Melo Lima
    Timbaúba-PE, 12/07/2012.

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    Respostas
    1. obrigado amigo Daslan !
      forte abraço poeta !!!
      Dydha Lyra

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