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sexta-feira, 9 de julho de 2010

ALAGOAS: FILHOS ILUSTRES!!!

Hermeto Pascoal

 
Filho de sanfoneiro e embalado pelos sons da natureza que o cercava descobria seus dons e sensibilidade musical.Quando aos cinco anos de idade tocava um instrumento apelidado de "cuião de bode" - uma sanfona de oito baixos, muito tocada nesta região. No início acompanhava o pai e o irmão, o músico Zé Neto, nos bailes e festas da cidade, mas causava sempre um estranhamento por parte do público pela mania de improvisar e recriar solos dando sua própria interpretação às músicas que tocava.Aos quatorze anos foi para Recife vindo posteriormente a trabalhar como acordeonista nas rádios Tamandaré e Jornal do Comércio. Em 1959 mudou-se para o Rio de Janeiro aonde veio a trabalhar na rádio Mauá. Tocou no conjunto do violinista Fafá Lemos e com o maestro Copinha. Teve participação nos grupos Sambrasa Trio, Som Quatro e também no lendário Quarteto Novo, um marco na música mundial. Na década de 60 ele grava Batucando no Morro, com o regional do Pernambuco do Pandeiro, Sambrasa Trio, Som Quatro e Quarteto Novo. Em 70, sai o ótimo Hermeto; em 73, o excelente A música Livre de Hermeto Pascoal; em 76, Slaves Mass; em 78, Zambumbe-Bum-A e em 79, Ao vivo em Montreux. Nos anos 80 surgem Cérebro Magnético, Hermeto Pascoal e Grupo, Lagoa da Canoa \Município de Arapiraca, Brasil Universo, Só não toca Quem não quer e por diferentes caminhos, disco de piano solo.O irreverente e surpreendente musico e arranjador Hermeto Pascoal é considerado um dos grandes nomes da música instrumental contemporânea mundial.Em l994 fez parte de um projeto que reuniu no mesmo palco o seu grupo e uma "big band" formada por grandes e renomados músicos do jazz inglês, num total de 23. Este show percorreu várias cidades inglesas, sendo aclamado pelo público e pela crítica. O Jornal The Guardian considerou a performance apresentada no Queen Elizabeth Hall, em Londres, como o maior concerto da década."Albino Crasy", como era carinhosamente chamado por Miles Davis, é uma pessoa predestinada para a música. A sua percepção sonora é tão aguçada que na infância o levava à beira da lagoa para escutar o concerto dos sapos, "quando eu era criança, eu ia até a lagoa, tirava os tamancos devagarinho e ficava ouvindo o canto dos sapos. Depois (tocava um instrumentinho que eu fazia do cano da mamona, e os sapos me acompanhavam)". Nos seus discos é comum a aparição de duetos com porcos, papagaios, galinhas e sons recriados artesanalmente "minha satisfação é tão grande quando consigo inventar um novo som, um timbre artesanato, trabalhado. É um som novinho, soando... Isso me deixa feliz, e faço música para ser e fazer você feliz.". Hoje, Hermeto Pascoal é considerado um dos mais originais músicos da atualidade. Admirado por grandes nomes como Chick Corea, George Duke, John McLaughlin, Gil Evans, convidado a gravar com o grande mito do jazz Miles Davis (álbum Live-Evil) é reconhecido internacionalmente pela nova geração de músicos como um grande maestro, compositor e instrumentista. Outra característica particular de Hermeto é o carisma que ele promove por onde passa. "Nos seus shows há sempre uma troca muito positiva de energia proporcionada pelo improviso e interação com os músicos e o público". Num Show realizado em 86, em Maceió, no Teatro Deodoro, Hermeto saiu regendo o público ao som de um frevo para fora do teatro dando a volta na praça em frente, uma demonstração de magia e liberdade que só as pessoas de espírito livre conseguem transmitir.No Brasil, porém, Hermeto nunca conquistou o espaço que merece. É raro ouvir suas músicas nos rádios ou o acompanhamento de seu trabalho pela mídia brasileira. Apesar de tudo, ele se reconforta sabendo que sua música se espalha no mundo, mas ainda assim continua afirmando: "Apesar de muitos brasileiros desconhecerem meu trabalho, eu o faço para o Brasil".
Pesquisa: Gazeta de Alagoas (Jornal)
Brasil Musica





Djavan


Djavan Caetano Viana, alagoano de Maceió, nasceu no ano de 1950, no bairro do Farol. Sua maior aventura aconteceu aos 18 anos quando fugiu de casa para não prestar serviço obrigatório ao Exército. Seu primeiro emprego foi como escriturário da fábrica Crush. Foi fundador da Banda LSD, que animava os bailes da maioria dos Clubes Sociais da Cidade, principalmente os salões do Clube de Regatas Brasil – CRB, e se especializou em Beatles, tendo por isso recebido o apelido de Paul Mc Cartney. No início dos anos 70 o cantor e compositor deixou sua terra natal indo morar em São Paulo, levando em sua bagagem a experiência de quem já estava acostumado a tocar músicas dos Beatles e MPB nas noites de Maceió. Depois de uma rápida permanência em São Paulo seguiu para o Rio de Janeiro, sozinho e sem conhecer ninguém. Em suas caminhadas pela Cidade Maravilhosa encontrou o radialista Edson Mauro, que trabalha como narrador esportivo da Rádio Globo. Feliz por encontrar o conterrâneo, Edson apresentou Djavan ao produtor da gravadora Som Livre, João Mello. A partir desse momento, Djavan passou a gravar músicas para trilha sonora de novelas da Rede Globo. Paralelamente ao seu trabalho em estúdio, o alagoano trabalhava como crooner nas boates Number One e 706. Em 1972 seu talento como compositor passou a ser notado, justamente quando foi classificado no Festival Abertura com o samba Fato Consumado, segundo lugar no festival. Dessa época também é a requebrada Flor de Lis, mas seu estilo foi sedimentado aos poucos em discos como Cara de Índio, Alumbramento e Seduzir, uma escalada que levou Caetano Veloso a entronizar os blues de Djavan” na canção Eclipse Oculto. Melodias elaboradas de desenhos sinuosos como A Ilha, sucesso do Rei Roberto Carlos, Meu bem querer (Nana Caymmi) Açai (Gal Costa) , Álibi (Maria Bethânia) ou Faltando um Pedaço, Samurai e Esquinas estabeleceram um novo estilo deste último moicano da MPB, que acabou seduzindo pelas fusões com o tecladismo do padrão de gravações dos primcipais astros (Soweto) e a poética de sílabas cambiantes (Asa), Djavan estabeleceu seu reinado dirigido também para a exportação. O sucesso de Seduzir deu uma guinada na carreira de Djavan. Como contratado da Sony Music, viajou para os Estados Unidos, onde gravou Luz (1982), que tem a participação especial de Stevie Wonder na faixa Samurai. A partir deste momento iniciava-se a sua carreira internacional, tendo a oportunidade de levar a música brasileira para os Estados Unidos da América, Europa e Ásia.
Pesquisa: Brasil Musical





AUGUSTO CALHEIROS 

 
Caboclo forte de Maceió, descendente verdadeiro de índios, AUGUSTO CALHEIROS nasceu na capital alagoana em 5.6.1891, numa família em boa situação, que começou a passar dificuldades com o falecimento do chefe, quando Calheiros tinha nove anos de idade. Rapazola, muda-se para Garanhuns, aí trabalhando como dono de bar, fabricante de sapatos, hoteleiro, subdelegado e carcereiro. A música, porém, sempre povoada seus sonhos e projetos. Cantava no cinema e teatro locais.
Em 1923, dá-se sua ida para a capital pernambucana, onde começa a atuar na Rádio Clube de Pernambuco (PRAP), inaugurada oficialmente, em 17.10.1923, como a Segunda rádio transmissora brasileira. Nada ganhava. Em 1926, forma o conjunto Turunas da Mauricéia, com João Frazão (diretor e violão), o cego
Manoel de Lima (violão), os irmãos Romualdo (violão) e João Miranda (cavaquinho), e Luperce Miranda (bandolim).
No início de 1927, os Turunas, com o apoio do jornal Correio da Manhã, começam a divulgar a típica música nortista no Rio de Janeiro, com um sucesso nunca visto. Luperce Miranda, que tinha ficado no Recife por força de compromissos, só pôde se reincorporar ao conjunto algum tempo depois.
Nos espetáculos, cabia a Calheiros fazer a apresentação de cada um dos companheiros, através do recitativo de quadrinhas: Cantamos canções do mato/ Nem é outra a nossa Idéia/ Dizem que somos fato/ Turunas da Mauricéia. Ao se referir a si mesmo, dizia: Eu só sigo os companheiros/Minha vida é a canção/ Chamam-me Augusto Calheiros/ O cantador do sertão.
As primeiras gravações dos Turunas difundiram por todo o Brasil a voz privilegiada de Calheiros, afinada, de dicção perfeita e grandes recursos. Os êxitos se sucedem, bem como as excursões, inclusive ao Sul do Brasil e Buenos Aires. Com o fim do grupo, em 1929, Calheiros prossegue cantando solo, nas rádios, gravações e nos teatros. Depois, por alguns anos, atua na Casa de Caboclo, em cujo elenco também figuravam Jararaca e Ratinho, Dercy Gonçalves, Apolo Correa, Arthur Costa, entre outros. A Casa de Caboclo, teatro popular, fundado e dirigido por Duque (Antônio Lopes de Amorim Dinis), abriu suas cortinas, em 1932, com o objetivo de apresentar somente peças a músicas de autêntico sabor regionalista, portanto propício para a arte essencialmente brasileira de Calheiros.
Em 1936, canta no filme Maria Bonita, da Sonoarte. Ao todo, em 78 rpm, deixou um legado de 80 discos com 154 música, o ultimo feito de 1955, mas só lançado no mês do seu falecimento.
Quando sobrevém a doença, vê-se desprovido de qualquer recurso, pois a vida boêmia o deixara pobre. É então socorrido pelo amigo Almirante, que muito o admirava. Almirante faz então circular um original Livro de Contos, com a finalidade de arrecadar o necessário ao seu tratamento. Em cada página, uma quadrinha sobre sua vida, devendo prender-se nela uma célula de mil cruzeiros (um conto de réis), com o que se alcançou, na denominação antiga, 114 "contos". Calheiros, em 1955, havia sido um dos destaques do 2º
Festival da Velha Guarda, em São Paulo, organizado por Almirante.
Calheiros, apesar da solidariedade recebida, vem a falecer em 11.1.1956, no Rio de Janeiro, deixando uma única filha, Cleide, ainda bem pequena, e uma legenda inapagável na música popular brasileira.

O texto acima não representa a biografia completa do artista, mas sim, partes importantes de sua vida e carreira.

 

Um comentário:

  1. Gente,Augusto Calheiros, ao contrário do que informa algumas "pequenas biografias", sequer morou em maceió. Nasceu, na verdade, em Murici onde permaneceu até os doze anos, indo depois morar em Garanhuns. O seu nascimento, na verdade, é 17 de julho de 1891.Vou, inclusive, mostrar sua arvore genealógica. Em breve vou publicar sua biografia e corrigir os erros que ao longo dos anos teimam em existir. Um abraço.
    ROBSON CALHEIROS

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