DE ALAGOAS PARA O MUNDO
LEMBRANÇAS E MEMÓRIAS
Daslan Melo Lima
Recentemente, durante uma reunião do "Movimento da Palavra", em Maceió, a poetisa Lou Correia falou das coisas que impregnam de lembranças as memórias que eu e o Dydha Lyra guardamos de São José da Laje: o Rio, a Estação, o Trem, as Ruas estreitas, as manhãs lajenses do mes de agosto... tão presentes em nós. Dydha Lyra, por exemplo, às vezes é tomado de fortes recordações. Chega a sentir o cheiro, a atmosfera lajense revestida de saudade. I nvadido de lembranças do Rio Canhoto, Dydha Lyra compos "Anonímia "
Esse cheiro verde... de lembranças
embaçadas de manhãs lajenses,
desperta a memória sonolenta.
Pedras, enlodadas de Rio Canhoto,
formam um colar musguento de pérolas verdes,
na cabeceira do meu buliçoso rio,
que segue alegre, saltitante, cantando...
Uma brisa fria te acaricia
e norteia teu caminhar
em busca do oceano...
onde, com certeza,
morrerás anonimamente.
E eu, meu rio,
se não te encontro em meu leito,
(nessas horas em que me invades e me tomas),
morro encharcado,
no pântano movediço das lembranças,
que em mim se fez,
desde o alvorecer.
embaçadas de manhãs lajenses,
desperta a memória sonolenta.
Pedras, enlodadas de Rio Canhoto,
formam um colar musguento de pérolas verdes,
na cabeceira do meu buliçoso rio,
que segue alegre, saltitante, cantando...
Uma brisa fria te acaricia
e norteia teu caminhar
em busca do oceano...
onde, com certeza,
morrerás anonimamente.
E eu, meu rio,
se não te encontro em meu leito,
(nessas horas em que me invades e me tomas),
morro encharcado,
no pântano movediço das lembranças,
que em mim se fez,
desde o alvorecer.
Invadido pelas lembranças de São José da Laje, mergulhei com minh'alma no poema do meu conterrâneo-contemporâneo . Confesso que gostaria de tê-lo escrito, pois há muito dos meus sentimentos em cada verso, principalmente quando Dydha dar um desfecho que plasma maravilhosamente a forma :
"E eu, meu rio, / se não te encontro em meu leito, / (nessas horas em que me invades e me tomas), / morro encharcado, / no pântano movediço das lembranças, / que em mim se fez, / desde o alvorecer."
Dydha,
ResponderExcluirNa fria manhã desta segunda-feira pernambucana de Timbaúba, tenho ao alcance dos meus olhos muita coisa que lembra nossa alagoana São José da Laje: montanhas, uma estrada de ferro por onde passa eventualmente um trem de carga de Cabedelo-PB, ruas estreitas, o Rio Capibaribe-Mirim... Falta apenas um pouco dos sonhos mágicos da nossa infância, para que a atmosfera do outono da minh'alma se embriague de primavera.
Um abraço.
Daslan Melo Lima
Bom dia, meu irmão de arte!
ResponderExcluirHá mesmo uma onda telepática entre as essências poéticas, não é, Dydha?
Brilhante essa fundamentação do poeta Daslan Melo, para apresentar "Anonímia"!
Estão de parabéns: o poeta Dydha Lyra, pela belíssima produção do poema em epígrafe; o poeta Daslan Melo pelo brilhantismo com que escreveu "Lembranças e Memórias".
Abraço-os, fraterna e poeticamente,
Lou Correia.